Padre responderá por 3 crimes

09-09-2010 14:12

Padre responderá por 3 crimes

Justiça acolheu denúncias de corrupção ativa, ofensa ao pudor e ato obsceno

09/09/2010 | 00:00 Fábio Luporini

A Justiça de Ibiporã acolheu três das quatro acusações propostas pelo Ministério Público (MP) contra o padre Silvio Andrei, detido nu e com sinais de embriaguez no dia 16 de maio. Entre as acusações está corrupção ativa, já que, segundo os policiais, o sacerdote teria tentado suborná-los. Além disso, há as denúncias de importunação ofensiva ao pudor e ato obsceno. A Justiça rejeitou, porém, a de embriaguez ao volante, por falta de prova material. A informação é do advogado de defesa, Walter Bittar, já que o despacho, que saiu no dia 30 de agosto, teve decretado segredo de Justiça.

A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público (MP), no dia 1º de julho. “O juiz substituto Renato Garcia só recebeu a denúncia parcialmente. Ele não aceitou a acusação de embriaguez ao volante porque não tem materialidade delitiva”, explicou Bittar. De acordo com ele, a legislação exige a realização de prova material. “Só a palavra do réu não é suficiente. Tinham que ter feito o bafômetro”, afirmou o advogado, que não revelou detalhes da decisão em razão do segredo de Justiça.

Segundo Bittar, em relação às outras acusações, a denúncia foi recebida e o próximo passo será a defesa prévia de Silvio Andrei.

Prova material

O delegado chefe da Polícia Civil de Londrina, Sérgio Barroso, explicou que, tecnicamente, a palavra do policial, que porventura tenha relato o indício de embriaguez, já não vale mais na esfera criminal. “Tem que ter a prova de que há mais de 6 decigramas de álcool por litro de sangue. Ela só pode ser produzida por bafômetro ou exame de sangue”, explicou.

De acordo com o delegado, alguns inquéritos aceitam a prova testemunhal do policial, que relata o odor etílico e a forma de andar do cidadão. O testemunho do policial vale apenas na esfera administrativa, quando o cidadão pode ser multado ou ter o veículo e a habilitação apreendidos. “Hoje, a palavra do policial vale para fins administrativos, e não para a esfera penal, que precisa ter a prova objetiva.”

Prisão

O padre Silvio Andrei foi preso na madrugada de 16 de maio, um domingo, nu e com sinais de embriaguez dentro do próprio carro. Segundo o inquérito, Andrei estava em uma festa antes de ser encontrado pela polícia. O padre, detido em flagrante pelos crimes de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante, chegou a passar um dia no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) em Londrina.

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