DER pode abrir pedágio entre Maringá e Iguaraçu

09-09-2010 14:49

DER pode abrir pedágio entre Maringá e Iguaraçu

Projeto precisa passar por aprovação e pode custar cerca de R$ 150 milhões

Engenheiros do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) do Paraná estão apresentando uma proposta para instalar mais 16 praças de pedágio no estado, uma delas no trecho entre Maringá e Iguaraçu. A medida faz parte de um estudo publicado pela Associação dos Engenheiros do DER, que alegam não haver outra alternativa para manter as estradas conservadas. A proposta tem provocado bastante polêmica, principalmente entre os caminhoneiros.

Segundo o representante da Associação de Engenheiros do DER, o modelo de concessão seria administrado pelo órgão e sem fins lucrativos, com o objetivo de arrecadar para manter a manutenção da via e a sinalização. “O pedágio é um modelo acertado para a conservação das rodovias. O que precisa ser questionado é quanto se paga por ele”, afirma.

Segundo o DER, para a implantação dessas praças de pedágios, caso sejam aprovadas, o investimento total será R$ 150 milhões, aproximadamente. R$ 50 milhões seriam gastos na operação e os R$ 100 milhões restantes em investimentos e manutenção, mesmo com o saldo negativo em R$ 25 milhões.

Caminhoneiro há 27 anos, Valdecir Alves Ribeiro é contra a implantação de mais pedágios. “Colocar mais pedágios não resolve, o que tem de ser feito é administrar direito o que já arrecada. Em um trecho aqui na região norte a distância de um pedágio a outro é de apenas 80 km, somente nessas duas praças eu pago mais cerca de R$ 117”, afirma o caminhoneiro.

“Eu já pensei várias vezes em abandonar o trabalho autônomo e me vincular a alguma transportadora. Eu já cheguei a gastar num único mês R$ 4,5 mil com pedágio. Esse é um dinheiro que eu não consigo investir na manutenção adequada do caminhão”, declara Valdecir Ribeiro.

Flávio Alves também é caminhoneiro e acredita que o erro está no preço. “Não que o pedágio seja ruim, é muito bom trás segurança para os motoristas. Entretanto é preciso cobrar um preço mais justo. Em algumas praças eu pago cerca de R$ 30, mas quando chego em Paranaguá esse preço aumenta para R$ 74. o preço deveria ser único para todos os veículos”, declara.

Entretanto existem alguns caminhoneiros que não se incomodam com a situação. É o caso de Joaquim Ferreira. “Eu não vejo problema nenhum com relação ao pedágio porque não sou eu que pago e sim a empresa transportadora. Para mim o pedágio é muito bom porque eu tenho mais segurança, estradas melhores e atendimento quando necessário”, afirma.

Inaceitável

Segundo Danilo Devico, que administra uma empresa de transportes na região de Maringá essa é uma proposta inaceitável. “Se fosse de extrema necessidade e trouxesse mais melhorias para a empresa nós aceitaríamos. Para nós que operamos nesse trecho entre Maringá e Iguaraçu, acreditamos que todo o imposto que pagamos referente ao veículo é suficiente para fazer a manutenção da estrada. Traz mais custo para nós e para os nossos clientes que são na maioria agricultores, a empresa cobra mais no transporte e para pagar o transporte o produtor encarece o produto e quem perde é o consumidor”, afirma.

O projeto batizado de Programa Rodo­viário de Ações para o Crescimento Econômico-Social do Paraná (Prorodar), além de levantar a viabilidade e realizar estudos trata de mapear pontos onde ocorrem mais acidentes e áreas críticas e perigosas que necessitam de melhorias.